Hoje cheguei a casa e mais uma vez deitei-me na cama, a olhar para o telemóvel como se à espera do milagre de receber a tua boa noite. Como se eu não soubesse que jamais irás pegar nesse telemóvel para me dizer seja o que for, como se eu não soubesse que jamais vais correr o risco dela te apanhar a mandares-me seja o que for. Dou voltas e voltas, nesta cama vazia, fria, por saber que tu estás nessa cama, com essa mulher, esperando que o cansaço vos consuma o corpo para que apenas, pelo menos esta noite, fiquem pelo dormir. E sabes porquê que não pegas nesse telemóvel? Porque nunca vais correr esse risco? Tu tens me segura, sabes que assim que te deixo volto para esta cama fria, mesmo sabendo que a tua cama estará sempre quente.
Tu sabes que o meu amor por ti fará sempre com que eu volte, independentemente das vezes que fuja e que te diga que te odeio! Oh! E se odeio, odeio tanto que chego a desejar nunca mais ter que te ver, porque sempre que te vejo... oh meu querido, voltamos sempre ao mesmo.
Toda a minha confiança em ti continua intacta, indestrutível, apesar de tantas lágrimas que já fizeste com que saíssem dos meus olhos tristes, perdidos, sempre que te vejo a escolheres a outra como se eu não fosse apenas e exclusivamente, aquela que tapa os teus tempos mortos, aquela que larga tudo para ter a tua presença por apenas 5 minutos, aquela que esqueceu do seu orgulho escondido no dia em que te conheceu.
E de todas as vezes que penso nela, que me ponho no seu lugar, sinto remorsos por saber que não sou assim, e mesmo sabendo que fisicamente, comigo, a traíste uma vez, todas as vezes que estamos juntos, que rimos juntos, que a nossa cumplicidade vem ao de cima a trais muito mais, porque por momentos eu viro ela, eu sou a tua companheira, a tua merecedora de desabafos intimos. E mesmo assim, sou eu que me afasto! Sou eu que penso nela, que me sinto a outra.
E só porque me mentiste eu faço com que passes um mau bocado, porque meu melhor amigo, sou a tua leal amante (mulher que ama demais) mas também me sei comportar como a outra! Porque toda a mulher tem em si o poder de fazer sofrer, e jamais esqueças que a crueldade acompanha o meu corpo sempre que dou um passo!
